FMI analisa efeito da inteligência artificial para economias emergentes

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    FMI analisa efeito da inteligência artificial para economias emergentes


    O comércio deixou de ser o motor de crescimento que fora no passado. A revolução tecnológica, especialmente da inteligência artificial, IA, deve transformar a forma de viver e trabalhar com impacto massivo sobre empregos já nos próximos cinco anos.

    A declaração é da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, FMI, Kristalina Georgieva.

    IA e desafios para mercados emergentes

    Em meados de fevereiro, ela fez uma palestra na cidade de Al Ula, na Arábia Saudita, sobre o tema traçando um paralelo com as décadas de 90 e de 2000. Naquela época, o comércio global crescia mais rapidamente que o Produto Interno Bruto mundial.

    Hoje, ambos crescem no mesmo ritmo. Quando o comércio global desacelera, as oportunidades para os comércios regional e entre regiões se tornam mais importantes.

    A Arábia Saudita ocupa atualmente a presidência da Comissão Financeira do FMI. O grupo analisa como responder aos desafios dos mercados emergentes.

    Georgieva lembra que o momento é de transformações rápidas na economia global em termos demográficos, tecnológicos e geopolíticos.

    Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, FMI, Kristalina Georgieva

    Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, FMI, Kristalina Georgieva

    60% dos trabalhados afetados em economias avançadas

    No mês passado, o Fundo realizou uma pesquisa sobre o impacto da inteligência artificial no mercado laboral e constatou que, na maioria dos cenários, a nova tecnologia deverá piorar as condições de desigualdade social.

    A chefe do FMI recomendou a legisladores, em todo o mundo, que comecem a preparar formas de evitar que a inteligência artificial agrave tensões sociais. Nas economias avançadas, 60% dos postos de trabalho devem ser afetados. E em metade desses casos, a produtividade dos trabalhadores deve aumentar graças ao auxílio das máquinas.

    Já para os mercados emergentes, que conseguiram contornar os choques dos últimos anos, e que produzem dois terços do crescimento global, o conselho é adaptar-se e de forma rápida, caso queiram obter sucesso.

    Três focos de atenção

    Segundo Kristalina Goergieva, o mundo deve estar atento a três áreas. Primeiro: a inflação deve retornar aos níveis-alvo mais rapidamente em economias avançadas que na maioria dos mercados emergentes. Um dólar americano mais forte poderia levar a saída de capitais, um quadro mais complicado para os emergentes.

    O segundo ponto: como em países riscos, a maioria das economias emergentes está enfrentando altos índices de dívida externa, recursos fiscais limitados e o aumento de pressão sobre despesas, uma tripla ameaça.

    Em terceiro lugar, a importância crítica de reformas estruturais para melhorar a competitividade, aumentar a produtividade e melhorar a expectativa de crescimento.

    O Fundo afirma que é preciso reduzir a burocracia, aumentar a concorrência e incentivar o empreendedorismo.

    Funcionário da Manifacture Italiana em Durrës, Albânia. Fundo realizou uma pesquisa sobre o impacto da inteligência artificial no mercado laboral

    Funcionário da Manifacture Italiana em Durrës, Albânia. Fundo realizou uma pesquisa sobre o impacto da inteligência artificial no mercado laboral

    Planejar para transição mais inclusiva

    Em janeiro, o FMI ressaltou que 26% dos empregos em países de baixa renda serão afetados pela inteligência artificial. Funções atualmente executadas por seres humanos sofreriam com as mudanças que levariam a reduções salariais e até à erradicação de postos de trabalho.

    Kristalina Georgieva lembra que muitos países pobres não têm a infraestrutura ou a mão de obra capacitada para colher os benefícios da inteligência artificial, o que aumentaria o risco da desigualdade.

    Para ela, os países devem adotar redes de seguridade social e retreinar seus trabalhadores mais vulneráveis para que a transição para a nova tecnologia seja mais inclusiva.



    Fonte ONU

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