ONU alerta para agravamento da crise humanitária na Ucrânia

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ONU alerta para agravamento da crise humanitária na Ucrânia

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou esta sexta-feira que a guerra na Ucrânia entrou numa fase “ainda mais perigosa e letal” para os civis, três anos e meio após a invasão da Rússia.

Os ataques contínuos a escolas, hospitais e abrigos têm causado danos arrasadores, principalmente em cidades próximas da linha da frente.

Volker Turk, alto comissário para Direitos Humanos

Volker Turk, alto comissário para Direitos Humanos

Número de vítimas sobe 40%

Türk destacou que na noite de 6 de setembro ocorreu o maior ataque aéreo da guerra, com 823 munições lançadas sobre a Ucrânia. O número de vítimas, nos primeiros oito meses de 2025, aumentou 40% em comparação com o ano anterior, sendo julho o mês mais letal em mais de três anos.

Desde o início da invasão, foram documentados mais de 50 mil civis ucranianos mortos e feridos, incluindo mais de três mil crianças. Os ataques a infraestruturas críticas, como centrais elétricas e pontes interrompem serviços essenciais, e afetam principalmente os grupos mais vulneráveis como crianças, idosos e pessoas com deficiência.

Execuções sumárias

O alto-comissário revelou ainda graves violações cometidas contra civis detidos pelas autoridades russas. Foram 90 execuções sumárias, 38 mortes sob custódia devido a tortura ou más condições. Padrões sistemáticos de violência sexual e maus-tratos foram também documentados.

Türk revelou que as “alterações às leis da Federação Russa consolidaram a impunidade para os militares” permitindo que as ações continuem.

Nos territórios ocupados do sul e leste da Ucrânia, violações sistemáticas de direitos humanos mantém-se.

Ataques recentes com mísseis deixaram danos enormes em estruturas civis em Kyiv, Ucrânia

Ataques recentes com mísseis deixaram danos enormes em estruturas civis em Kyiv, Ucrânia

Cidadania russa forçada

Os residentes são pressionados a obterem cidadania russa para poderem ter acesso a serviços básicos, sob ameaça de deportação e confisco de bens.

As escolas foram também obrigadas a adotar currículos russos e a implementar uma educação patriótica e militar, intensificando a censura e a vigilância.

Funcionários da ONU acompanham a situação e recolhem provas em centros de detenção e com civis libertados. Mais de 400 entrevistas foram conduzidas, e, segundo Türk, o trabalho “está a lançar luz sobre o que está a acontecer às pessoas diretamente afetadas por este terrível conflito.”

Apelo ao fim da guerra

O alto-comissário apelou à Rússia que cesse todas as execuções extrajudiciais e violência contra detidos e civis, e que permita acesso total de observadores independentes a locais de detenção.

Ele também que a Ucrânia reforce a proteção dos detidos contra maus-tratos e violência sexual.

Türk concluiu a sua intervenção no Conselho de Direitos Humanos, declarando que “esta guerra tem de acabar”.

Segundo ele, o aumento diário de risco e sublinhou que qualquer negociação de paz deve “priorizar a proteção dos civis e defender a dignidade e os direitos de todos.”

Fonte ONU

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