Cometa interestelar 3I/ATLAS emite sinal de rádio

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Cometa interestelar 3I/ATLAS emite sinal de rádio

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Astrônomos registraram pela primeira vez um sinal de rádio vindo do cometa interestelar 3I/ATLAS, no momento em que ele ultrapassava a metade de sua rota pelo Sistema Solar. Embora o achado tenha despertado rumores sobre uma possível origem tecnológica alienígena, especialistas garantem que a explicação é totalmente natural.

O 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado. Ele foi detectado em julho, viajando em direção ao Sol a mais de 210 mil km/h. Estudos indicam que o cometa pode ter escapado de um sistema estelar desconhecido, localizado nas bordas da Via Láctea, há cerca de sete bilhões de anos – o que faz dele o mais antigo já observado.

O cometa 3I/ATLAS observado em 8 de novembro de 2025 a partir de Martinsberg, na Áustria, aparenta ter de quatro a cinco caudas. Crédito: Michael Jäger & Gerald Rhemann/Observatório Aéreo de Martinsberg via Spaceweather.com

Em resumo:

  • Astrônomos registraram o primeiro sinal de rádio vindo do 3I/ATLAS;
  • O cometa atravessa o Sistema Solar em alta velocidade e trajetória interestelar antiga;
  • Teorias sobre possível origem tecnológica alienígena surgiram, mas sem evidências concretas;
  • Sinais detectados vêm de radicais hidroxila formados pela luz solar;
  • Cientistas reafirmam que o 3I/ATLAS é um cometa natural e estável.

Sinais de rádio não têm origem tecnológica

Desde que foi descoberto, o cometa tem atraído atenção também por motivos polêmicos. O astrofísico Avi Loeb, da Universidade de Harvard, conhecido por suas teorias sobre vida extraterrestre, levantou a hipótese de que o 3I/ATLAS seria uma nave alienígena disfarçada. A ideia viralizou na internet, embora não exista qualquer evidência que a sustente.

O radiotelescópio MeerKAT, na África do Sul, registrou sinais de rádio do cometa exatamente quando ele passou mais perto do Sol, em 29 de outubro. Mas, para frustração dos seguidores de Loeb, os sinais não têm origem tecnológica. Segundo os cientistas que fizeram a análise dos dados, eles são causados por radicais hidroxila (OH) formados na nuvem de gás e poeira que envolve o cometa, chamada coma.

Antenas da rede de radiotelescópios MeerKAT na região de Karoo, na África do Sul. Crédito: Observatório de Radioastronomia da África do Sul © SARAO

Esses radicais surgem quando moléculas de água se quebram devido à luz solar, num processo conhecido como desgaseificação. É um comportamento típico de cometas ativos, que liberam vapor e partículas à medida que se aproximam do Sol. Um estudo de 2016 já havia descrito esse fenômeno em detalhes.

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Em outubro, observações da NASA identificaram que o 3I/ATLAS estava expelindo água em grande quantidade, “como uma mangueira de incêndio”. Agora, os sinais de rádio confirmam que parte dessa água está sendo decomposta pela radiação solar, algo esperado durante o periélio – o ponto mais próximo da órbita em relação ao Sol.

Primeiro registro do 3I/ATLAS depois que o cometa voltou a ficar visível após aproximação máxima com o Sol. Crédito: Qicheng Zhang/Observatório Lowell

Loeb comentou a descoberta em seu blog, mas evitou afirmar se os sinais comprovam a atividade cometária tradicional. A passagem do cometa também chamou atenção por um aumento repentino de brilho e uma leve impressão de mudança de cor, ambos explicados como efeitos temporários da luz solar.

Embora o 3I/ATLAS apresente características peculiares, como alta concentração de dióxido de carbono e uma “anticauda”, os astrônomos são praticamente unânimes em classificá-lo como um corpo natural – e não uma nave alienígena. Observações recentes também descartaram a possibilidade de que o cometa tenha se desintegrado, reforçando que ele segue em trajetória estável para se retirar em breve do Sistema Solar.


Fonte Olhar Digital

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