O engajamento financeiro como nova fronteira da gestão corporativa

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Nos últimos cinco anos, o Brasil vem enfrentando uma escalada preocupante da inadimplência corporativa. Segundo a Serasa Experian, são hoje 7,2 milhões de CNPJs com contas em atraso, o maior número desde 2020 — um crescimento de 9% em relação ao ano anterior. Esse cenário acende um alerta para as empresas: como manter a liquidez e a saúde financeira num ambiente de crédito caro e economia desacelerada?
A minha leitura é clara: as empresas precisam repensar completamente a forma como lidam com a inadimplência. Em vez de encarar o cliente inadimplente como um problema, devemos enxergá-lo como parte essencial da estratégia de crescimento. Foi com essa visão que fundei a IRecebi, uma fintech com atuação em 22 estados e no Distrito Federal, dedicada a transformar a gestão de recebíveis por meio de tecnologia e dados.
Na prática, o que fazemos é substituir a lógica punitiva da cobrança tradicional por um modelo inteligente, fluido e colaborativo. A gestão financeira deve ser centrada no cliente, não na planilha. Quando a empresa entende o comportamento de pagamento do seu público, ela reduz perdas e abre espaço para crescer com sustentabilidade.
Os resultados comprovam essa mudança de mentalidade. Entre os nossos clientes, observamos uma redução média de 62% na inadimplência, ganhos de produtividade de 85% e crescimento de 25% na receita em até seis meses. Tudo isso graças a uma combinação de automação, inteligência artificial e integração omnicanal, conectando diferentes pontos de contato — como WhatsApp, SMS, e-mail e portais de atendimento — num mesmo ecossistema.
Eu costumo dizer que não é sobre receber, é sobre reconectar. O ato de cobrar deixa de ser uma transação fria e passa a ser um ponto de relacionamento.          Quando a empresa comunica com empatia e personalização, o cliente entende o valor da parceria e responde com compromisso.
Essa é, na minha opinião, a principal tendência global no setor financeiro: a união entre finanças e experiência do cliente. O futuro da gestão corporativa passa pela capacidade de criar conexões humanas, mesmo em processos financeiros. Não se trata apenas de evitar prejuízos, mas de transformar cada interação em aprendizado comportamental e fidelização.
Na IRecebi, nosso próximo passo é expandir essa filosofia para toda a América Latina e consolidar o conceito de Financial Engagement como um novo padrão de relacionamento entre empresas e seus públicos.
Estamos construindo um ecossistema em que cada interação fortalece laços, impulsiona crescimento e reduz a inadimplência. Esse é o futuro que eu acredito — um futuro em que tecnologia e empatia caminham juntas para reinventar o jeito de fazer negócios no Brasil.

Macmilian Gonçalves é CEO da IRecebi, fintech brasileira especializada em engajamento financeiro e automação de contas a receber.

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