Vaso sanitário funcional feito de ouro maciço vai a leilão por US$ 10 milhões – 01/11/2025 – Ilustrada

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Vaso sanitário funcional feito de ouro maciço vai a leilão por US$ 10 milhões - 01/11/2025 - Ilustrada

A casa de leilões Sotheby’s anunciou na manhã de sexta (31) que oferecerá um vaso sanitário feito de ouro 18 quilates, assinado pelo artista italiano Maurizio Cattelan –o mesmo responsável pela banana colada com fita adesiva de 2024, foi vendida por $6,2 milhões a um financista de criptomoedas.

Cattelan criou o trono dourado em 2016, como uma das duas edições de uma obra de arte chamada “America”. Os lances começarão na faixa de US$ 10 milhões, ou qualquer que seja o preço do ouro algumas horas antes do início do leilão em 18 de novembro às 19h, na nova sede da Sotheby’s no edifício Breuer na Madison Avenue em Nova York.

“Eu rejeitaria a ideia de que isso é apenas puro espetáculo”, disse David Galperin, vice-presidente e chefe de arte contemporânea da Sotheby’s, em uma entrevista. “Cattelan para mim é um dos maiores artistas de nossa geração e esta é uma de suas obras mais icônicas.”

Esta versão do sanitário foi vendida a um colecionador privado pela Galeria Marian Goodman em 2017.

Mas o vaso gêmeo —a outra edição da obra— esteve envolvido em uma pequena controvérsia política com a primeira administração Trump e, mais tarde, tornou-se objeto de um roubo descarado no Palácio de Blenheim, um museu na Inglaterra que foi o local de nascimento de Winston Churchill.

Em 2019, ladrões roubaram o vaso sanitário de ouro enquanto estava emprestado ao Palácio de Blenheim. Os promotores levaram quatro anos para processar a gangue, que havia desalojado a obra de arte de seu encanamento e causado uma pequena inundação na sala. Dois homens foram considerados culpados por um júri este ano; outra pessoa foi absolvida do crime.

Essa versão foi instalada no Museu Guggenheim em 2016 — talvez a primeira obra de arte a exigir tanto um segurança quanto um encanador. Mais de 100.000 visitantes usaram o vaso, que o museu posteriormente ofereceu como empréstimo à administração Trump após recusar o pedido da Casa Branca por uma pintura de Vincent van Gogh que pudesse ser pendurada nos aposentos do presidente.

“É, claro, uma peça extremamente valiosa e um tanto frágil, mas forneceremos todas as instruções de instalação e cuidados”, escreveu Nancy Specter, diretora artística e curadora-chefe do museu na época, em um e-mail para autoridades.

Cattelan achou o roubo estranho, dizendo que não foi “exatamente o roubo do século”, mas foi “um dos mais bizarros”.

A Sotheby’s espera que a edição sobrevivente do vaso do artista ajude a desentupir —trocadilho intencional— o mercado de arte, que sofreu nos últimos anos, em parte porque a oferta de obras de arte contemporâneas superou o tamanho da base de colecionadores. A casa de leilões também espera causar impacto, tendo transformado a banana colada com fita adesiva do artista, “Comedian”, em uma sensação quando foi vendida para o bilionário chinês de criptomoedas Justin Sun muito acima de sua estimativa inicial alta de US$ 1,5 milhão.

Galperin disse que os potenciais compradores deveriam pensar em “America” como parte de uma linhagem histórica que inclui Marcel Duchamp, que colocou um urinol em um pedestal em 1917 e escandalizou o mundo da arte ao chamá-lo de escultura.

“Duchamp pega o urinol comum, assinando-o e colocando-o no pedestal”, disse Galperin. “Cattelan o reproduz como uma réplica perfeita e, em vez de colocá-lo em um pedestal, devolve-o ao seu uso no contexto mais comum.”

Em uma declaração, Cattelan disse ao The New York Times que sua obra de arte era “a soma de muitos opostos”. “Começou com algo muito prático: em um museu há muitos espaços sagrados, e apenas um que nunca é: o banheiro.”

Este artigo foi publicado originalmente no The New York Times.



Fonte ==> Uol

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