BRICS reforça laços com África e mira integração em infraestrutura, energia e tecnologia

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Cúpula do BRICS 2025
Cúpula do BRICS 2025

Encontro em Brasília durante a Cúpula do BRICS 2025 aponta caminhos concretos para integração comercial, transição energética e inovação tecnológica entre o bloco e o continente africano.

O Diálogo BRICS–África, realizado em Brasília durante a Cúpula do BRICS 2025, consolidou-se como um dos momentos mais relevantes da agenda internacional deste ano. O encontro não apenas reforçou os laços políticos, econômicos e diplomáticos entre os países do bloco e o continente africano, como também abriu espaço para a construção de uma rede de parcerias estratégicas de longo prazo.

Com a presença de chefes de Estado, ministros e representantes de instituições multilaterais, as discussões destacaram o papel da África como mercado em expansão e parceiro essencial para o equilíbrio geopolítico global. A pauta foi além da diplomacia tradicional e abordou temas como integração comercial, investimentos em infraestrutura, transição energética, inovação tecnológica e segurança alimentar.

Segundo a analista Carol Moura, a aproximação marca uma mudança de paradigma nas relações internacionais. “Essa parceria não se baseia em paternalismo, mas em cooperação de igual para igual. África e BRICS têm muito a construir juntos quando atuam como aliados estratégicos”, avaliou.

Carol Moura

Prioridades da parceria

Durante o encontro, ficou claro que a relação BRICS–África deixou de ser meramente retórica e passou a se estruturar em objetivos concretos. Para os países africanos, o bloco oferece alternativa ao modelo de cooperação tradicional dominado por potências ocidentais, com acordos mais equilibrados e voltados ao desenvolvimento local. Já para os integrantes do BRICS, a aproximação fortalece a presença em uma das regiões mais estratégicas do século XXI.

Entre as prioridades debatidas estão:

  • Infraestrutura e conectividade: construção de corredores logísticos e rotas comerciais entre Ásia, América do Sul e África.
  • Transição energética e sustentabilidade: cooperação em fontes renováveis e tecnologias limpas adaptadas à realidade africana.
  • Inovação e tecnologia: estímulo a programas de pesquisa, transferência de conhecimento e apoio a startups.
  • Segurança alimentar: investimentos em agricultura de precisão e sistemas produtivos para ampliar a autonomia do continente.

África como peça-chave na estratégia do BRICS

O protagonismo africano nos debates reflete uma mudança na estratégia global do bloco. Com população em rápido crescimento, abundância de recursos naturais e um mercado interno em expansão, o continente é visto como um dos principais polos de desenvolvimento até 2050.

Mais do que um gesto diplomático, o encontro em Brasília evidenciou a entrada em uma nova etapa da cooperação: a de projetos conjuntos que unem interesses econômicos, sociais e geopolíticos. A expectativa é que os entendimentos firmados avancem para acordos concretos já em 2026, consolidando uma parceria mais integrada e transformadora para as próximas décadas.

Carol Moura

Bacharel em direito, duquesa das Filipinas, embaixadora da IMPPPACT no Brasil, ex-vereadora, a primeira mulher candidata a prefeito da sua cidade, mãe de dois filhos

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