Crédito de Carbono

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Transformando Sustentabilidade em Oportunidade Econômica 

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 15.042/2024, a qual estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). O mercado de créditos de carbono configura-se como um instrumento destinado à compensação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) através da aquisição de créditos originados por iniciativas voltadas à diminuição dessas emissões. 

O funcionamento do mercado de créditos de carbono pode ser descrito pelos seguintes elementos: a geração de créditos; a comercialização de créditos; a avaliação do valor dos créditos; a legislação pertinente; e a aprovação de projetos. 

O crédito de carbono é gerado para cada tonelada de carbono que é retirada da atmosfera ou que deixa de ser emitida. As empresas devem trocar atividades que produzem emissões por outras que diminuam ou eliminem essas emissões, a fim de gerar créditos. 

Os créditos de carbono excedentes de empresas ou de governos que atingem suas metas de diminuição de poluentes são comercializados. Os adquirentes constituem-se por empresas ou pessoas que liberam uma quantidade de CO2 superior à que seria adequada. 

A quantia associada a cada crédito varia conforme o mercado em que é transacionado, sendo este regulado ou voluntário. No mercado regulado, a definição do preço ocorre por meio da instância responsável pela regulação. No mercado de voluntariado, a quantia é acordada entre as partes envolvidas. Cada nação possui uma legislação que regulamenta o mercado de carbono. No Brasil, a normatização é estabelecida pela Lei nº 15.042. 

Para que os projetos sejam considerados elegíveis, é necessário que recebam a aprovação da entidade nacional designada de cada nação. No Brasil, a entidade responsável é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima. 

A comercialização de créditos de carbono constitui uma estratégia para mitigar o efeito estufa e fomentar iniciativas voltadas ao combate ao aquecimento global. Entretanto, certas iniciativas relacionadas a créditos de carbono podem gerar impactos sociais desiguais, prejudicando as comunidades locais ou os povos indígenas. 

De que maneira os créditos de carbono são comercializados? A negociação de créditos de carbono configura-se como um processo organizado, predominando em mercados regulamentados dessa área. Os mercados de carbono consistem, essencialmente, em ambientes nos quais se realizam transações de compra e venda de créditos e compensações de carbono. 

Quais são os aspectos positivos e negativos do crédito de carbono? Após compreender o conceito de crédito de carbono e seu mecanismo de comercialização, é o momento de examinar os benefícios decorrentes da utilização desses créditos. 

Entre os aspectos favoráveis, o crédito de carbono se configura como um recurso útil no contexto das mudanças climáticas e na busca pela diminuição das emissões de gases de efeito estufa. 

A seguir, encontram-se algumas das benesses do crédito de carbono: Estímulo à diminuição das emissões: o crédito de carbono motiva empresas e instituições a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa. Ao obterem créditos para minimizar suas emissões, as empresas são motivadas a implementar práticas mais sustentáveis. 

Promoção do investimento em iniciativas sustentáveis: os créditos de carbono podem facilitar alocações em projetos ecológicos, como fontes de energia renováveis, reflorestamento e eficiência energética. Isso facilita a transição para uma economia mais “sustentável” em relação ao meio ambiente. 

A flexibilidade no alcance de objetivos: o sistema de créditos de carbono proporciona às organizações alternativas para a diminuição de suas emissões, de acordo com suas metas estabelecidas. Elas têm a possibilidade de participar de 

reduções internas ou de adquirir créditos, o que possibilita uma abordagem mais flexível. 

Embora o crédito de carbono seja fundamental para potencializar a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, persistem algumas desvantagens vinculadas a esse mecanismo. Alguns exemplos são os seguintes: A complexidade e os custos administrativos: a implementação e a gestão de programas de créditos de carbono podem ser desafiadoras e dispendiosas, tanto em termos de administração quanto na fiscalização das emissões. Isso pode impactar os custos das empresas envolvidas. 

Susceptibilidade a fraudes e manipulações: os mecanismos de créditos de carbono podem ser mal-empregados e manipulados, visando falsificar a emissão de créditos de carbono ou subavaliar a quantidade efetiva de emissões. Assim sendo, a carência de supervisão eficiente pode resultar na falha do sistema. 

Assim, trata-se de uma plataforma destinada a pessoas, organizações e autoridades governamentais para a aquisição de créditos ou compensações relacionadas às suas próprias emissões. Ademais, fomenta aportes em iniciativas sustentáveis que produzem créditos de carbono. 

Homero de Giorge Cerqueira
Homero de Giorge Cerqueira
Homero de Giorge Cerqueira é um renomado especialista em sustentabilidade, educação e segurança pública, com uma trajetória marcada por excelência acadêmica e profissional. Possui formação robusta, incluindo pós-doutorado em Direito (Universidade Presbiteriana Mackenzie) e mestrado acadêmico em ESG (Fundação Getúlio Vargas). Autor de diversas obras, como "Do Resíduo a Recurso: A Revolução da Oxirredução", é reconhecido por suas contribuições no desenvolvimento de práticas inovadoras para a gestão ambiental e a promoção da sustentabilidade.

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